Noiva por contrato: O preço da liberdade

Capítulo 1: O Preço da Liberdade

Ponto de Vista de Karen - A Proposta

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Já tinham passado meses desde que me juntei à Red Angel, uma agência de acompanhantes de luxo, e todos os dias pareciam um sacrifício do qual não tinha certeza se poderia continuar. Meu antigo trabalho como secretária mal pagava o suficiente para cobrir a comida, quanto mais a montanha de contas que se acumulava ao meu redor.

O colégio interno de Gabriel estava drenando minha conta bancária, e eu não suportava a ideia de perdê-lo para a assistência social. Nossos pais haviam falecido, nos deixando apenas a dor—e contas que eu nunca poderia pagar sozinha.

Não tive escolha. No dia em que os Serviços de Proteção à Criança ameaçaram tirar Gabriel de mim, cedi.

Noiva por contrato: O preço da liberdade

Não foi fácil virar as costas para os meus princípios, mas a desesperação já começara a se instalar em minha alma. Uma amiga da faculdade me apresentou a Mary, proprietária da Red Angel, e, embora inicialmente tenha resistido, a dura realidade era que eu precisava de dinheiro. Rápido.

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Me odiava por isso, mas pelo menos poderia manter Gabriel na escola e fora das ruas. Meu coração doía toda vez que via seu sorriso, sabendo o quanto de sua infância eu havia sacrificado em nome da sobrevivência. Mas não havia outra opção.

Então veio a suspensão. Três meses de silêncio. O resultado de um lapso de julgamento momentâneo com um colega—um homem por quem eu não tinha sentimentos reais, mas que de alguma forma transformou um flerte inofensivo em um espetáculo dramático. A pior parte? Ele nem era quem iria partir para Nova York, como havia afirmado. Não. Era ele que estava fugindo, e eu fiquei para recolher os cacos.

O telefone tocou, me tirando dos meus pensamentos.

“Alô?” respondi, meu coração ainda acelerado pela última conversa com Mary.

“Karen,” disse ela, com a voz fria, mas estranhamente reconfortante. “Eu deveria te ignorar por mais alguns meses, mas a sorte parece estar do seu lado. Não me faça me arrepender disso.”

Ela explicou que um empresário influente pagaria uma quantia absurda por uma semana comigo em Portofino, na Itália. Meu estômago deu voltas. Isso poderia quitar as últimas contas, as mensalidades, e a interminável montanha de dívidas com as quais mal havia começado a lidar. Era a chance de respirar e finalmente dar um passo para longe da Red Angel.

O que me chamou atenção foi que ele me queria apenas como uma modelo—nada mais. Aquilo me intrigou. Mas a que custo?

A voz de Mary me trouxe de volta à realidade.

“Karen, ele te escolheu dentre um mar de mulheres. Não me decepcione.”

“Não vou,” disse, tentando acalmar meus nervos. “Não vou te desapontar.”

“Ele dispensou nosso contrato habitual,” ela acrescentou. “Ele quer confidencialidade. Todas as despesas estão cobertas. Roupas, viagens—tudo. Mas, Karen, ele está levando isso a sério. Preciso que leia o contrato e certifique-se de que está de acordo. Se quiser acrescentar algo, esta é sua chance.”

A incerteza se instalou no fundo do meu peito. Mas o dinheiro... a liberdade que prometia. Meus sonhos de uma nova vida e um futuro estável para Gabriel tornavam difícil recusar.

“Por favor, envie-me uma cópia dos documentos. Irei encaminhá-los para ele para os preparativos da viagem. Nos vemos amanhã.”

“Eu os enviarei. E Mary, obrigada.”

Sua voz suavizou, mas nos negócios não havia lugar para sentimentalismos. “Não me agradeça. Regras são regras. Eu teria te deixado de fora, mas ele te escolheu. Essa é a única razão pela qual está tendo essa chance.”

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