Muitos nomes importantes foram citados pelo ex-ministro
Depois de novo acordo feito entre o ex-ministro Antonio Palocci e a Polícia Federal, ele relatou 12 políticos e 16 empresas envolvidas em transações supostamente criminosas envolvendo mais de 330 milhões de reais. Parte desta propina teria sido paga pelo PT e outros parlamentares. A revista Veja teve acesso à essa delação e as publicou no blog Radar nesta quarta-feira (14).
Antonio Palocci foi preso em Setembro do ano de 2016, na Operação Omertà. Ele foi condenado pelo então Juiz na época, Sérgio Moro, a cumprir 12 anos e dois meses de sentença com a justificativa de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Após ser preso, Palocci fechou acordo de delação premiada com a Polícia Federal para a Operação Lava Jato.
Palocci saiu da prisão novembro de 2018, ele agora cumpre sua sentença em casa usando tornozeleira, mas fez delações que ajudaram nas investigações da Polícia Federal.
Segundo a revista Veja, as delações de Palocci não deixam dúvidas de que as campanhas eleitorais de Lula e Dilma foram financiadas com recursos ilícitos.
A Polícia Federal realiza uma investigação para averiguar as delações de Antonio Palocci, a fim de produzir provas para comprovar o que havia sido declarado pelo ex-ministro.
As delações de Palocci
Veja o que dizem as delações feita pelo ex ministro Antonio Palocci:
Palocci afirmou que entre os anos de 2002 a 2014 o PT chegou a receber o valor de R$ 270,5 milhões de reais em troca de favores recebidos.
Ele também cita os seguintes nomes de empresas:
- Grupo Odebrecht,
- AMBEV,
- Grupo Camargo Corrêa,
- Pão de Açúcar,
- Banco Safra,
- Casino,
- Instituto Lula,
- Grupo Pão de Açúcar,
- PAIC Participações,
- Votorantim,
- Aracruz,
- BTG Pactual,
- Grupo Parmalat,
- Itaú-Unibanco,
- Bradesco,
- Vale,
- Brasil Seguros,
- BNDES,
- Sadia-Perdigão,
- Qualicorp,
- Touchdown,
- OAS
Ele delatou o ex presidente Lula, revelando o “pacto de sangue” do partido PT e o Grupo Odebrecht, eles teriam uma reserva de R$ 300 milhões da empreiteira Odebrecht com o partido político.
Ele afirmou também o apoio político dado para a Usina Hidrelétrica de Belo Monte; pagamento ilícito a Odebrecht pelas obras feitas no aeroporto do Galeão; pagamento do governo da Líbia à campanhas eleitorais do ex presidente Lula em 2002; repasse de vantagem indevida via contas eleitorais do PT; contas correntes indevidas e suspeitas da empreiteira Odebrecht, dentre outras delações.
Dentro dos 23 Termos de Depoimento que a Veja teve acesso Antonio Palocci revela muito mais coisas.
Para se defender, algumas empresas se pronunciaram, contudo algumas preferiram se abster de dar uma resposta. As empresas BTG, Qualicorp, Itaú-Unibanco, Vale, BRF, Votorantim, Ambev e Bradesco se pronunciaram a respeito alegando não terem nenhuma participação nas transações de quem foram acusadas.
Já as empresas RBF; Grupo Pão de Açucar, Camargo Corrêa, Aracruz, Banco do Brasil, BNDES, Amil, Carrefour, Parmalat, Odebrecht e o Banco Safra preferiram não comentar sobre a questão, se abstendo, portanto, de dar uma resposta para se defenderem das acusações.
Assim como as empresas, algumas pessoas que haviam sido citadas se manifestaram para se defender das acusações feitas por Antonio Palocci, outras, no entanto, preferiram não comentar sobre o ocorrido.
A equipe da Veja tentou contato com todos e deixou a questão em aberta para futuros esclarecimentos sobre as delações.