A ciência está em constante avanço, prova disso é que diversos tratamentos contra doenças consideradas irreversíveis já foram descobertos. Ao mesmo tempo que tem encontrado soluções para problemas de saúde, ainda enfrenta o desafio de acompanhar novos fatos sobre bactérias, vírus e outros organismos.
Ainda assim, se parar para pensar como era a medicina na geração passada, vai perceber que muita coisa mudou. Como será daqui os próximos 10 anos? Há quem aposte no uso de grandes tecnologias para combater doenças severas, entre outras invenções. Confira essas novidades que podem transformar a medicina.
Investimento de grandes empresas na saúde
Nos últimos anos, grandes empresas como Amazon, Google e Apple passaram a investir no ramo da saúde. O que chamou a atenção foi a entrada do Walmart, um dos maiores varejistas do mundo, na área médica. A movimentação da marca promete causar impacto relevante no setor e ser concorrente para outras companhias que dominam este mercado.
Prova disso é que há pouco tempo, o Walmart inaugurou seu primeiro empreendimento clínico, o Health Center. É um centro médico em que os pacientes podem fazer diversos exames como eletrocardiogramas, testes de visão e exames de raio-x por preços mais em conta. A unidade foi aberta em Dallas, nos Estados Unidos.
Outro investimento da marca foi colocar um espaço de PetCare, destinado para cuidados de rotina, exames e vacinas para gatos e cães. O interessante é que o Healthy Center funciona como um novo ambiente dentro do próprio Walmart. No entanto, o acesso é separado a fim de oferecer privacidade aos clientes.
Inteligência artificial para ler milhares de artigos científicos
Anualmente, são publicados mais de 2 milhões de pesquisas e artigos científicos. Logo, é bem improvável conseguir acompanhar todos esses conteúdos, embora sejam relevantes para a atuação dos profissionais da saúde. Devido à impossibilidade de ler todos eles, trabalhos costumam ser refeitos e até mesmo perdas em estudos podem acontecer.
Entretanto, parece que a tecnologia já tem uma solução para esse problema. Dispositivos com inteligência artificial estão sendo desenvolvidos para permitir que algoritmos procurem resultados de ensaios clínicos e outras pesquisas. Assim, cientistas, médicos e pesquisadores no geral poderão ter acesso à informação necessária dentro de segundos.
Big Data mais potente
Outra futura inovação é o Big Data mais potente. Com 7,5 bilhões de pessoas no mundo, grande parte desse número monitoram sua saúde com os smartwaches que contam com os serviços wearables. Se não alguns públicos não usam os relógios inteligentes, utilizam os aparelhos de pressão arterial tradicionais.
Para armazenar essas informações referentes ao bem-estar, é necessário uma tecnologia reforçada. Com o aprimoramento do big data, será possível reunir todos os dados, de forma anônima. Dessa forma, quando algum médico ou pesquisador quiser utilizar as informações para desenvolver medicamentos, por exemplo, ficará simples acessá-las.
Em alguns lugares do mundo, empresas já fazem a coleta de dados de milhões de voluntários por meio de pontos sensíveis. Através dessa tecnologia, a medicina vai conseguir estar ainda mais avançada e pronta para combater doenças, fazendo análises precisas para melhorar os serviços de cuidado.
Pulseira que lê pensamentos
Já quis ter superpoderes? Pelo visto uma futura pulseira que lê mentes pode surgir nas próximas décadas. Desde 2015, protótipos têm sido desenvolvidos para uma tecnologia de leitura de pensamentos para auxiliar a medicina. O acessório já tem sido desenvolvido com diversos eletrodos por algumas empresas.
Por meio do recurso, é possível criar dispositivos que têm a capacidade de traduzir em ação digital as atividades da mente. Isto é, a pulseira permitirá que os usuários digitem sem ao menos teclar. Surreal, não é mesmo? Outro avanço interessante na ciência é que a tecnologia pode fazer com que pessoas que tenham mobilidade reduzida possuam mais autonomia.
O Facebook já identificou o potencial dessa inovação, e comprou a CTR-Labs, startup que desenvolveu o acessório. Os principais empresários do mundo estão interessados na tecnologia, prova disso é que a empresa recebeu investimentos de mais de US$ 60 milhões. A intenção do Facebook é ampliar seus projetos de realidade virtual.
Bancos biológicos com mais diversidade
Hoje em dia, a medicina personalizada ainda enfrenta algumas limitações. Uma delas é a falta de diversidade nos bancos biológicos. Ao notar esse desfalque, inovações estão sendo criadas para possibilitar o aumento dessa diversificação a fim de potencializar os estudos e as pesquisas. Os indivíduos com descendência caucasiana compõem a menor parte da população mundial.
Tá, mas o que isso quer dizer? Isso significa que os bancos biológicos desse grupo precisam ser reforçados para desvendar pontos cegos em pesquisas. Com base em estudos científicos, a descendência caucasiana está presente em quase 80% das pessoas nas pesquisas do genoma. Portanto, é fundamental priorizar etnias africanas nesses bancos.
Corações digitais em 3D
Uma das grandes apostas da ciência para os próximos anos é a impressão de órgãos em 3D. Essa tecnologia vai possibilitar que os médicos avaliem melhor o corpo dos pacientes e sejam ainda mais precisos em procedimentos cirúrgicos. O recurso será fundamental para profissionais que atuam em transplantes.
A empresa norte-americana HeartFlow saiu à frente das concorrentes e inseriu em seus serviços o escaneamento de corações. Também, realiza o desenvolvimento personalizado de protótipos com a finalidade de fazer estudos clínicos. Os médicos efetuam a análise das imagens antes do paciente entrar na sala de cirurgia. O profissional sabe com o que vai lidar.
Ultrassom de bolso
Cientistas da Universidade de Yale descobriram uma forma de inserir chips num dispositivo de ultrassom portátil. Uma tecnologia como essa ajudaria pessoas que não tem condições de fazer exames de imagem a realizarem o procedimento. A máquina para realizar esse exame custa em torno de US$ 100 mil. Enquanto a tecnologia está sendo avaliada em US$ 2 mil.
A invenção é cara por se tratar de uma novidade, mas a tendência é que o valor possa ficar menor. Qualquer pessoa poderá fazer o procedimento, e o melhor, em casa. A tecnologia não está distante, tendo em vista que a fundação de Bill Gates distribuiu o aparelho em mais de 50 países periféricos.
As imagens são exibidas em um smpartphone e o sistema conta com sensores sonoros. Alguns modelos são compatíveis apenas com iPhone, o qual é conectado com um cabo USB. O dispositivo possibilita o acompanhamento do crescimento do feto. Anormalidades como tumores em órgãos também podem ser identificados com a ajuda do aparelho.
Células-tronco para tratamento de diabetes
O estudo de células-tronco não acontece só de hoje, a sua importância vem sendo estudada há décadas. Daqui há alguns anos, será possível fazer o tratamento de diabetes do tipo 1 com essas células. Cientistas da Universidade de Harvard estudam como utilizar as células-tronco para produzir insulina e fazer a auto regulagem no paciente diabético.
Se a descoberta se concretizar, o tratamento pode alcançar milhões de pessoas. Só nos Estados Unidos, são mais de 1 milhão de pessoas que sofrem de diabetes. Logo, será possível melhorar a qualidade de vida desse público. Ainda, as células-tronco estão sendo estudadas para tratar outros problemas como lesões no joelho.
Geralmente, o tratamento de lesões são complexas e chegam a ser invasivas. Por essa razão, métodos alternativos estão sendo observados. No Brasil, um grupo de cientistas da USP afirmaram que as células-tronco podem produzir membranas que viabilizam a implantação nas articulações. Testes pré-clínicos já mostraram resultados positivos.
Delivery de medicamentos por drones
Já pensou em receber medicamentos por drones independente do lugar que estiver? Isso já existe com o serviço de entrega nas farmácias, mas utilizar aparelho voador para isso é novidade. Em uma realidade não tão distante, remédios e até órgãos e bolsas de sangue poderão ser entregues por drones.
O dispositivo dá agilidade e acessibilidade ao envio de suprimentos médicos. O recurso é esperado como uma das mais revolucionárias no campo da saúde. Em lugares de difícil acesso, principalmente em países pobres como os da África, essa inovação será ainda mais impactante. Uma empresa norte-americana já tem testado os deliverys em aldeias rurais.
Inteligência artificial para o combate ao câncer
Mesmo após décadas de investigação, ainda não foi encontrada a cura do câncer. Todavia, a tecnologia tem avançado e ajudado nos diagnósticos precoces, bem como auxiliando nos tratamentos. Uma das promessas para o futuro é o uso da inteligência artificial para diagnosticar pacientes com câncer.
Regiões como o pulmão são difíceis de identificar o câncer. É comum que pacientes só descubram quando a doença está em estágio avançado. Desse modo, o combate se torna mais difícil e doloroso. A forma de evitar esse quadro é fazendo a triagem precoce através de exames computadorizados.
Acontece que até então os exames não são tão precisos, por isso a inteligência artificial tem sido usada para aprimorá-los. De acordo com os profissionais do Google Health, com IA foram detectados 5% a mais dos casos da doença. Sem contar que o percentual de falsos positivos caiu para 11%, o que é um grande avanço comparado com os recursos atuais.