Após fazer o famoso Salto da Estratosfera, em 2012, Felix Baumgartner disse a frase marcante “às vezes é preciso ir muito alto para compreender quão pequenos somos”. O que aconteceu naquele dia marcou para sempre a história da humanidade.
Nesse texto, você vai ver os recordes que ele conseguiu bater e como foi toda a preparação para o salto. A gente conta isso em uma espécie de passo a passo detalhado para você ficar sabendo de toda a história, mesmo que não se lembre. Veja só!
O artigo está dividido em partes importantes, como:
- O Red Bull Stratos;
- A preparação para o Red Bull Stratos;
- Como evitar os riscos do Salto da Estratosfera;
- O Salto da Estratosfera.
O Red Bull Stratos
A gente pode começar falando do projeto que foi lançado pela Red Bull em 14 de outubro de 2012. A ideia considerou um único competidor, o austríaco Felix Baumgartner, que é um paraquedista e base jumper. Como você imagina: o que ele fez teve o patrocínio da Red Bull.
Mas, o que foi esse projeto? O objetivo era quebrar recordes e isso de fato aconteceu. Mas, ao mesmo tempo, a marca por trás também falava muito sobre auxiliar no resultado de pesquisas cientificas. E você vai entender por que nos próximos tópicos. Mas, antes, leia a missão do projeto:
“Queremos estender os limites da humanidade um pouco mais. Serei orgulhoso em ser a primeira pessoa em romper a barreira do som em queda livre. Mas, sei que isso ajudará os futuros trajes pressurizados para os turistas espaciais e pilotos ficarem mais seguros”, Feliz Baumgartner.
Os números do projeto
Antes de a gente falar do resultado do projeto, a gente vai mencionar os números para você começar a entender a importância do que ficou chamado de “Salto da Estratosfera”. Veja só: o tempo de subida foi de 2 horas e 35 minutos e o tempo de queda livre demorou só 4,19 minutos.
Quer mais? Vamos na sequência então. A duração do salto foi de 9,3 minutos. Com isso, a velocidade máxima atingida em queda livre foi de 1.357,6 km/h durante os primeiros 40 segundos. O atleta chegou a uma altitude máxima de 128.097 pés ou 38.969,4 metros.
O dia do salto foi 14 de outubro. Isso quer dizer que coincidiu com o 65º aniversário da primeira vez que a barreira do som foi rompida, em um feito de Chuck Yeager, quando esteve em um Bell X-1, no ano de 1947. Ainda está confuso? Então, vamos fala disso por etapas!
A preparação para o Red Bull Stratos
Apesar de o salto ter acontecido em 2012, o projeto teve início bem antes, lá em 2007. Felix recebeu um tratamento psicológico muito intenso e você não faz ideia do motivo: ele é claustrofóbico. Ou seja, sofre de ataques do pânico quando veste macacão e capacete.
Porém, esse tipo de equipamento era necessário para que ele ficasse isolado do ambiente durante o salto. Por isso, ele foi um paciente frequente do Dr. Michael Gervais, que era especializado no atendimento de esportistas de aventura. Além dele, outros agentes atuaram no tratamento.
O problema é que além desse fator complicador, o salto envolvia diversos riscos. Por exemplo, Baumgartner poderia até mesmo perder a consciência. Como consequência disso, ele poderia ter uma hemorragia cerebral e muitas outras complicações que poderiam ser fatais.
Os perigos do Salto da Estratosfera
Considere que a estratosfera é um ambiente que tem pouca presença de oxigênio. Além disso, possui temperaturas baixas, muito baixas. Elas podem ficar abaixo de 50 graus Celsius. Por isso, a morte por congelamento ou asfixia era algo “possível” de acontecer.
E tem mais: se houvessem danos nas roupas e o ar escapasse, haveria bolhas de gás no sangue e ele, literalmente, ferveria por dentro em uma morte instantânea. O atleta tinha que saltar em posição que permitisse o controle do voo. Se ele rodasse, ele romperia o tronco encefálico.
E para piorar toda a situação com relação aos riscos, ele poderia vomitar dentro do capacete e isso taparia a sua visualização. Isso tudo porque ninguém sabia com certeza como o corpo humano iria se comportar ao ultrapassar a barreira do som porque era algo inédito.
Como evitar os riscos do Salto da Estratosfera
Para que se evitasse uma tentativa frustrada, o que aconteceu foi o uso de todo equipamento que fosse possível. Primeiro, o Felix ficou dentro de uma cápsula que foi feita justamente para o projeto. Ela tinha mais de 1,3 mil quilos e mais de 1,80 metros, sendo quase indestrutível em caso de impactos.
Também foi usado um balão de 850 milhões de metros cúbicos de hélio. E o traje era especial, como de um herói. Ele ficou chamado de traje especial pressurizado e foi feito com base na fabricação de trajes para astronautas. Ele era isolante térmico e pesava 13 quilos.
O capacete também era pressurizado e tinha mecanismos de aquecimento interno. O protetor tinha película contra raios ultravioletas, além de microfones, canal de oxigênio e dispositivo de alimentos em estado líquido. O capacete pesava 3,5 quilos. Havia dois paraquedas.
O sistema de segurança
Além de tudo isso, o paraquedista astronauta também contava com um sistema de segurança rebuscado. No tórax, ele tina uma bolsa com dispositivos eletrônicos que faziam a comunicação com a equipe de solo, monitorando os sinais vitais e o rastreamento no mundo.
Tinha o IMU, que é uma Unidade de Medida Inercial, que registrava dados como altura, velocidade, tempo de queda e tudo mais. Sem falar da câmera de alta definição com ângulo de visão de 120 graus Celsius. E aí veio a parte mais prática de tudo.
Depois de tudo isso, o que faltava? Muito treinamento. Isso aconteceu através de vários saltos de preparação, como um que aconteceu a 20 km de altitude e atingiu 580 km/h. mas, o salto verdadeiro, que bateu vários recordes, veio mais tarde.
O Salto da Estratosfera
Assim, a gente chega ao tópico mais importante do texto. Porém, saiba que o salto mudou de dia devido as condições climáticas. Mas, não passou do dia 14. A missão foi considerada bem-sucedida e levou Felix até 39 quilômetros de altura.
Ele chegou na estratosfera do Novo México em um balão de hélio. Depois, ele fez uma queda-livre usando um paraquedas. Alcançou a velocidade de 1.342 quilômetros por hora. Dos quatros recordes que queria bater, ele só não conseguiu realizar um deles.
Com a queda livre em 4,19 minutos, ele não bateu o recorde mundial da modalidade, que é de 4,06 minutos. O salto total, sem o contato com o chão durou pouco mais do que 10 minutos. Mas, outros recordes foram batidos, veja só.
Os recordes de Felix e do salto
Assim, o austríaco se tornou o primeiro a ultrapassar a barreira do som em queda livre porque alcançou velocidade superior a 370 metros por segundo. Isso é algo como 1,24 vezes a velocidade do som. Também fez o salto mais alto de todos os tempos, com 39,045 metros de altitude.
Bateu o recorde de maior distância vertical percorrida, com 36,529 metros. E o pulo de paraquedas mais alto. Por fim, considere que a transmissão ao vivo do salto foi o vídeo ao vivo com maior número de visualizações simultâneas, sendo de 8 milhões.
Além dos recordes, a façanha também deixou marcos como legado. Afinal, o projeto inspirou estudos e ajudou no desenvolvimento de roupas especiais, de protocolos de exposição a altas altitudes e de efeitos no corpo a partir da aceleração.
Os outros recordes de Felix Baumgartner
Apesar de ter sido conhecido como o homem que venceu a barreira do som, ele já havia conquistado dois recordes antes desses. Por exemplo, tem o recorde mundial de mais baixo salto de base jump, quando saltou de uma das mãos do Cristo Redentor.
Ele também é considerado a primeira pessoa a cruzar o Canal da Mancha em queda livre, sendo que fez isso apenas usando um wingsuit, um tipo de traje especial para essas aventuras. A notícia ruim para quem gosta de aventura é que ele aposentou a sua carreira após o salto.
Ele disse que continua ativo no paraquedismo, no entanto, sem tentar novas realizações incríveis como a do projeto da Red Bull. Assim, deixou claro que os próximos saltos na estratosfera não serão feitos por ele.
O recorde de maior salto do mundo quebrado
Para atualizar você sobre o assunto todo, saiba que dois anos após o salto de Felix, o Alan Eustace, que tem ligação direta com o Google porque era um dos presidentes sêniors de lá fez a façanha de quebrar o recorde do austríaco.
Ele subiu mais de 41 quilômetros e saltou em queda livre. Isso durou 4,27 minutos e em uma velocidade de 1.323 km/h. O curioso é que o cientista da computação não divulgou muito sobre a sua façanha e nem todo mundo ficou sabendo da história dele.
Ah, antes de Felix e de Alan, o recorde era de Joe Kittinger, que saltou de uma altura de 31,333 metros ainda quando era membro das Forças Armadas dos Estados Unidos. Ele ficou com o mérito por bastante tempo. Para finalizar, aquela curiosidade que você gosta.
O que é estratosfera
Talvez a gente devesse deixar esse tópico lá no começo do texto. Mas vamos considerar que você entendeu a maior parte do que leu. Aqui é só para que não fiquem pequenas dúvidas sobre a geografia do planeta Terra, ok? Então, veja como é fácil!
A estratosfera nada mais é do que uma segunda camada da Terra. É onde fica o gás ozônio, responsável pela barreira de proteção dos raios ultravioleta. Ela pode chegar a 50 km de altura é conhecida por ter pouco fluxo de ar e ser muito instável.