Alberto Santos Dumont. Esse nome não é estranho para você. Certo? Estamos falando de um inventor brasileiro que fez muito sucesso no mundo. Para sermos mais exatos, estamos diante do inventor do avião e pioneiro do relógio de pulso.
O curioso é que apesar de ter sido um nome importantíssimo para o mundo todo, especialmente por conta das suas criações, quase ninguém sabe da sua vida pessoal. Quem era o pai, como morreu e os motivos disso tudo. Prepare-se: a gente vai contar hoje!
Você vai saber mais da origem do aviador brasileiro, o seu histórico de criação e a culpa que sentia porque a sua invenção mais importante havia sido usada para fins maléficos, como a Guerra. Aliás, a morte dele pode ter sido causada por uma depressão profunda.
- A origem de Santos Dumont;
- O avião de Santos Dumont;
- A doença de Santos Dumont;
- O suicídio de Santos Dumont.
A origem de Santos Dumont
Alberto Santos Dumont nasceu em Palmira, um distrito que hoje se chama Santos Dumont e fica em Minas Gerais. A data correta é: 20 de julho de 1873. O pai era engenheiro muito famoso no país e mais tarde se tornaria um cafeicultor muito rico em São Paulo.
Aliás, o pai ficou paralitico depois de sofrer um acidente. Então, em 1891 toda a família foi para Paris, na França. A ideia era que o homem recebesse o melhor tratamento médico possível. Ele morreu quando Santos Dumont tinha somente 17 anos.
O pai do Santos Dumont, Henrique, deu aos filhos uma parte da herança e disse que o futuro do mundo estava na mecânica. Alberto soube fazer uso dos dois argumentos: dinheiro e estudo. O que pouca gente sabe é que antes de ser inventor, foi pioneiro nas corridas de automóvel, na França.
O automobilismo de Santos Dumont
Com a recomendação do pai, Alberto decidiu investir a sua carreira na França. Só que antes de chegar ao balonismo, ele escalou o Monte Branco, em uma aventura de mais de 5.000 metros de altitude. Depois, passou pelo automobilismo e ciclismo.
Aliás, em 1897, uma parte da história que quase ninguém sabe é que ele já tinha uma grande fortuna e decidiu aplicar boa parte em projetos e outra parte no mercado de ações. Assim, teve ainda mais liberdade para trabalhar sem ter que prestar contas. A tal da liberdade!
E para quem gosta de curiosidade, saiba que aqui no Brasil o inventor comprou um pequeno lote ao lado de uma colina e fez ali a sua casa de bugigangas. A colina foi escolhida porque tinha grande inclinação, o que permitiria pôr a prova os seus engenhos criativos.
O avião de Santos Dumont
Estudante de mecânica bem jovem, e diferente do que acontece hoje em dia, Santos Dumont foi o responsável por desenhar, criar e elaborar as próprias aeronaves. Ou seja, fazia tudo sozinho. O primeiro balão, por exemplo, que foi chamado de Brasil, na criação de 1901.
Era revolucionário e tinha 6 metros de diâmetro por 110 metros quadrados. Nele, o aviador usou a seda japonesa e modificou a engenharia balonística da época. Depois, veio o balão dirigível, derivante de Zeppelin, o qual foi precursor para a vitória dele no concurso de Paris.
O dinheiro foi usado para agradecer os mecânicos que trabalharam ao seu lado. A partir do 13º dirigível, o Dumont chegou na sua maior invenção, o 14 Bis, conhecido por ser o avião de Santos Dumont. Ele realizou o primeiro voo em 1906, sendo o primeiro da humanidade.
O relógio de Santos Dumont
A outra invenção mais famosa do brasileiro, que dividiu a vida por aqui e na França, foi o relógio de pulso. A história é a seguinte: quem criou foi Louis Cartier, amigo do aviador. Isso em 1904. No entanto, foi Santos Dumont quem fez nascer a ideia.
Isso porque ele precisava se um relógio de fácil acesso para usar durante os seus voos e testes aéreos. Então, sacar o relógio de bolso não seria interessante, mas ter um que ficasse preso no pulso, com certeza. Assim, o francês encontrou a melhor resposta para o amigo brasileiro.
Tanto é que o primeiro relógio de pulso a existir recebeu o nome de Santos, em 1911. Depois, alguns anos na sequência, ele passou a ser fabricado de forma comercial especialmente na butique do Louis, na Rue de la Paix, em Paris.
A doença de Santos Dumont
Um lado um tanto quanto obscuro da história de Santos Dumont é a sua doença. Falar sobre o fim da vida de uma pessoa tão famosa não é fácil. No caso do aviador, a situação piora porque é preciso voltar no tempo para contextualizar o que aconteceu antes da sua morte.
Foi no ano de 1910 que o Dumont começou a apresentar alguns problemas de saúde. Na época, ele foi diagnosticado com esclerose múltipla, a doença que causa problemas na comunicação entre cérebro e corpo. A coordenação motora ficou comprometida.
Foi por isso que ele se ausentou da sua função de aeronauta. E tudo foi causado por um acidente aéreo em 4 de janeiro daquele ano. Ele começou a conviver menos com as pessoas. E até hoje pouco se fala sobre como ele lidou com a doença.
O refúgio de Santos Dumont
Dando sequência ao que vimos acima, saiba que foi em 1915 que o aviador decidiu retornar ao Brasil. O que pouca gente sabe é o motivo, que você conhece agora: a busca por um refúgio. Ele morou muitos anos na Europa e queria estar perto da família, em Petrópolis.
A sua residência passou a ser chamada mais tarde de Encantada e hoje é um tipo de museu que conta sobre as inovações do mestre Dumont. Por lá tem todo tipo de construção. Ou, pelo menos, a história delas. A antiga casa foi um refúgio para ele naquele ano.
Inclusive, ele só retornou ao nosso país porque realmente estava mal. Depois da esclerose, ele entrou em uma crise de ansiedade profunda, que se tornaria depressão. Há muitos historiadores que acreditam fielmente nisso. Até porque o avião era usado em guerras.
A depressão de Santos Dumont
Se a esclerose múltipla era pouco mencionada, menos ainda a depressão. Só que a tese é sustentada pelo fato de que foi o primeiro aeronauta a clamar pelo fim do uso de aviões em Guerras, o que havia se tornado cada vez mais comum.
Com as mortes e o uso indevido da sua criação, possivelmente, pode ter tido alguns sintomas ou traumas, o que ocasionaria ou aumentaria a depressão. Há quem diga que ele chegou a oferecer dinheiro para quem escrevesse o melhor livro sobre o não uso do avião em Guerras.
Pontualmente, como estava em Petrópolis, pode ver de perto o uso do avião nas Guerras. Isso porque foi usado na Revolta de 1932, em São Paulo. Assim, sucumbiu à depressão. Nesse momento, nenhum historiador parece duvidar do fato.
O suicídio de Santos Dumont
O que você conhece da história diz que: em 23 de julho de 1932, Alberto Santos Dumont não desceu do seu quarto para tomar o café da manhã no hotel, o que era habitual. O cientista, considerado um dos maiores do século 20, tinha se matado, aos 59 anos de idade.
A notícia foi a de que ele se enforcou e não deixou recados, nem bilhetes ou cartas de despedidas. O que ficou mesmo foi a sua contribuição para a aeronáutica e o relógio de pulso, além de outras invenções de menor expressões.
O enterro foi no Cemitério São João Batista, no Rio. Só que aí começam a aparecer fatos curiosos: o médico Walther Haberfield removeu o coração do inventor e preservou o órgão em formol por 12 anos. Depois, se arrependeu e devolveu para a família.
A prisão de Santos Dumont
Mais uma parte que pouca gente sabe da vida de Santos Dumont é que já foi preso. Isso aconteceu durante a Primeira Guerra Mundial.Ficou uma noite na delegacia francesa por ter sido acusado de ser espião alemão.
Ficou em choque e se sentiu culpado pela morte de pessoas com a sua invenção, o avião. Então, após sair da prisão, chegou em casa e queimou todos os arquivos. Mais tarde, em 1925, ele buscou refúgio no sanatório Valmont, na Suíça.
Os trabalhos de Santos Dumont
Ao longo da vida, o homem do avião publicou dois livros. Em francês, o Dans I’air, em 1904 e com 370 páginas. No Brasil, o livro “O que eu vi, o que nós veremos”, em 1918 e de 101 páginas. Nesse meio tempo, diversos artigos, sendo o primeiro famoso em 1898.
Também há traduções de seus trabalhos, como “Os Meus Balões”, disponível até em PDF. Ele é de 1986 e tem 244 páginas. O curioso é que tem estudos dele que nunca foram publicados, mas são famosos, como “L Homme Mécanique”, de 1929.
As melhores frases de Santos Dumont
Por fim, saiba que a vida do aviador também ficou marcada pelas frases célebres. A maioria sobre a mecânica dos aviões. Mas, também existiram aquelas que são usadas para a vida toda e perduram com sentido mesmo após tanto tempo.
Por exemplo: “nem todo bom aluno é bom professor” e “as invenções são, sobretudo, o resultado de um trabalho teimoso”. Por fim, a melhor de todas: “inventar é imaginar o que ninguém oferece; é acreditar no que ninguém jurou; é arriscar o que ninguém ousou; é realizar o que ninguém tentou. Inventar é transcender”.