Brasil considera zerar a tarifa de importação do etanol dos EUA

O governo brasileiro considera abrir completamente o mercado etanol para os Estados Unidos, enquanto a China vira as costas para o país em relação ao biocombustível, por motivos da guerra comercial entre eles. 

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A eliminação das tarifas é defendida pelo ministro da Economia, Paulo Guedes. Porém, o Ministério da Agricultura não é a favor e defende a renovação das cotas de importações. A iniciativa de liberação do mercado de etanol seria vantajoso para a indústria americana, que encara atualmente as margens mais baixas dos últimos 15 anos.

As autoridades têm até o final deste mês para se posicionarem de forma definitiva, pois a cota atual irá expirar. Caso nenhuma decisão seja tomada, a cota de 20% se renova para o total de etanol importado. 

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A relação econômica entre Brasil e Estados Unidos

De acordo com algumas fontes, o governo brasileiro não irá permitir que a tarifa de 20% seja implantada ao total do etanol importado, pois isto poderia causar alguns conflitos na relação econômica entre Brasil e Estados Unidos, em um momento delicado para ambos países. 

O Brasil, ano passado, foi um dos grandes destinos dos embarques de etanol de milho dos EUA, importando mais de 1,7 bilhão de litros. 

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Atualmente, o Brasil permite que cerca de 600 milhões de litros de etanol sejam exportados sem tarifas. Porém, a regra expira ao final deste mês. 

Qualquer liberação de etanol no acordo entre Brasil e EUA precisaria ser feita de forma gradual, para não causar grandes impactos no comércio local. O governo brasileiro ainda está avaliando as possibilidades. 

Porém, os produtores de etanol dos Estados Unidos solicitaram para que renovasse a cota, tendo em vista que a eliminação total da cota provavelmente não será possível. Por outro lado, grandes comerciantes brasileiros apostam que a cota não será renovada. 

Taxas na importação de açúcar

Este é um assunto bastante delicado, tanto para o Brasil, quanto para os EUA. Alguns grupos estão tentando convencer o governo brasileiro a não abrir o mercado de etanol para os Estados Unidos, pois taxam completamente as importações de açúcar do Brasil. 

Especialistas defendem que faz mais sentido incluir o etanol nas negociações comerciais, que tratá-lo separadamente, visto que os Estados Unidos almejam uma cota livre de tarifas para o açúcar em troca de livres tarifas para o etanol. Os presidentes do Brasil e Estados Unidos irão negociar um acordo de livre comércio. 

Para a população brasileira, a possibilidade de liberação do etanol sem tarifas é benéfica, pois, com isso, o combustível também cairia de preço. Mas, para os produtores de etanol, a ideia é vista como uma ameaça. Quem, de fato, sairia lucrando seria o comércio americano, porque pagaria por um açúcar muito mais barato que paga atualmente, já com todas as tarifas inclusas. 

O Brasil deveria investir em novas cotas para saltar nos lucros e vendas com outros países, de acordo com a União da Indústria de Cana-de-açúcar (Única), uma entidade que representa as usinas do Centro-sul do Brasil. 

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