Na terça e quarta-feira da semana passada (6 e 7 de agosto), foram feitas fiscalizações em instituições financeiras que vinham recebendo uma grande quantidade de denúncias, sobretudo de pessoas idosas aposentadas e pensionistas do INSS, e a partir de então iniciou-se as investigações.
Isso porque, contratos não reconhecidos têm afetado os pedidos de crédito consignado das pessoas, sobretudo dos idosos.
Onde ocorreram as denúncias?
As denúncias ocorreram em estabelecimentos de várias regiões do Rio de Janeiro. Na Zona Norte, por exemplo, os fiscais visitaram o Méier, Vila Isabel e a Tijuca. Já na Zona Sul, os fiscais fizeram visitas em Copacabana, Ipanema e Botafogo.
Em outras regiões do estado do Rio, os fiscais foram até Niterói, São Gonçalo e Duque de Caxias, onde, assim como em outros lugares, fizeram vistorias.
Algumas das empresas visitadas já tinham sido vistoriadas em março deste mesmo ano. Essas empresas estavam cometendo irregularidades, e, por isso, o motivo desta segunda visita foi para confirmar se os procedimentos acordados tinham sido cumpridos.
Entre os itens apreendidos, os fiscais encontraram conteúdo publicitário, exemplos de contratos de empréstimos e outros itens que foram expressamente enviados para o Departamento Jurídico da autarquia. Os locais que receberam mais denúncias vão ser investigados pelo Procon Estadual.
Quais foram os tipos de denúncias?
Vários tipos de denúncia foram registrados nesses estabelecimentos financeiros, mas um deles chamou a atenção dos fiscais: foi a questão dos empréstimos consignados.
Vários problemas em relação desse tipo de crédito foram denunciados às autoridades, mas a queixa mais comum foi de contratos que não eram reconhecidos.
As principais vítimas
Pela quantidade enorme de denúncias nessas 24 financeiras, muita gente foi prejudicada, mas a maior parte é composta por idosos (56% do total). Segundo Cássio Coelho, o presidente do Procon-RJ, isso acontece porque os idosos são mais vulneráveis a esses golpes.
Isso pode ocorrer por vários motivos, seja por não ler contratos ou pelo fato de que o assédio a eles é maior, pois os assediadores veem maiores chances de lucrar em cima dessas pessoas.
“Muitas vezes assinam contratos sem ter a verdadeira noção da dívida que vão ter de pagar. E há casos em que não percebem que contrataram o serviço até o momento que começa a aparecer o desconto em sua aposentadoria.”, relatou Cássio Coelho.
A queixa dada pelas pessoas em relação ao crédito consignado foi que os funcionários das empresas não davam tempo para elas lerem os contratos completamente antes de assinarem e não deixavam que os clientes os levassem consigo.
Os funcionários de algumas dessas financeiras disseram que o contrato manual só é entregue quando há algum problema com o eletrônico. O funcionário lê o contrato para o cliente, que coloca sua assinatura eletrônica.
Como os bancos estão reagindo
Além disso, alguns bancos atualmente estão implementando um novo método de segurança por reconhecimento facial, mas o departamento jurídico ainda vai avaliar a legalidade do procedimento.
Segundo Renato Vieira, o presidente no INSS, o vazamento e informações e esses abusos que os idosos sofrem nos bancos é um problema existente em todo o país e que ocorre de maneira frequente.